Reciclagem Energética: o que é e como funciona

13/12/2021 |
Reciclagem Energética

A reciclagem energética é a tecnologia utilizada para transformar resíduos em energia térmica ou elétrica. Isso ocorre quando geramos lixo que não podem ser reutilizados ou reciclados de forma física, biológica ou química, no entanto, esses materiais possuem alto poder de combustão. Tais resíduos podem ser utilizados para reduzir a exploração de combustíveis fósseis, que não são renováveis.

Dentre os resíduos utilizados na reciclagem energética estão os restos de alimentos, materiais higiênicos descartáveis, plásticos, biodigestão, entre outros.

Um dos materiais mais utilizados na reciclagem energética é o plástico. Como o produto é derivado do petróleo ele possui alto poder calorífico. Para se ter uma ideia, a média de energia contida em um quilo de plástico é praticamente a mesma de um quilo de óleo diesel.

Como funciona a reciclagem energética

Na maior parte dos processos a reciclagem energética ocorre a partir do vapor resultante da queima dos resíduos. Esse vapor movimenta as pás ligada à uma turbina e o movimento gera energia cinética que é convertido em energia elétrica. No caso da queima dos plásticos é possível gerar cerca de 650 quilowatts-hora (kWh) para cada tonelada de lixo.

A decomposição térmica dos resíduos plásticos ocorre em um forno à uma temperatura de 950ºC. As cinzas produzidas podem ser utilizadas na construção civil. Na reciclagem energética não há geração de efluentes líquidos pois as águas usadas são neutralizadas e reutilizadas. Já os gazes poluentes, exauridos das caldeiras, são tratados e purificados, gerando apenas vapor e monóxido de carbono em quantidades mínimas.

Além das indústrias de energia, outra forma de reciclar a sucata plástica é através dos fornos de siderúrgicas. Esses resíduos dão lugar ao carvão pulverizado e ao óleo.

Reciclagem energética no mundo

As primeiras usinas de reciclagem energética foram instaladas na década de 1980 em países da Europa e no Japão. Atualmente esse tipo de tecnologia está presente em cerca de 30 nações.

Na Alemanha já foram abolidos os aterros sanitários devido ao uso das usinas de reciclagem energética. Ja na Noruega, devido à escassez dos resíduos sólidos, o país importa lixo dos vizinhos.

De acordo com a International Solid Waste Association (ISWA), esse é um dos métodos de reciclagem que mais cresce no mundo. No Brasil a Usina Verde é a única representante desta modalidade e ela ainda é experimental. A usina fica no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFPJ).

Vantagens

Diferentemente dos outros processos, na reciclagem energética não é necessário o tratamento prévio dos materiais. Através da incineração também ocorre a eliminação de agentes biológicos que podem ser nocivos à saúde.

Outra vantagem é que o tamanho das usinas é pequenos e há pouca geração de ruído. Isso possibilita que as fábricas sejam instaladas em áreas urbanas, reduzindo custos de logística e transporte para outras regiões. Devido aos processos de purificação e limpeza, a reciclagem energética não gera resíduos nocivos ao meio ambiente.

Desvantagens

A reciclagem energética é o processo custoso. Por isso, ela deve ser utilizada quando os outros meios não são viáveis. No caso do uso dos resíduos em siderúrgicas, ainda não há a cultura das empresas implementarem este processo.

Outro ponto negativo é o fornecimento de sucata plástica. Tanto as siderúrgicas quanto as usinas precisam criar uma estrutura de logística, coleta e transporte para que os resíduos corretos cheguem até os locais indicados.

Apesar destas desvantagens é importante que os países implementem este tipo de reciclagem. O modelo de descarte acumulativo está se tornando insustentável e, em muitos locais, não há espaço viável para a construção de aterros sanitários, ocorrendo a formação ilegal de lixões.