Dia 27 de maio é celebrado o Dia Nacional da Mata Atlântica. Essa data é uma referência à Carta de São Vicente, documento escrito em 1560 e assinado pelo Padre Anchieta. No texto, ele descreve as belezas das florestas brasileiras.
Originalmente a Mata Atlântica ocupava mais de 1,3 milhões de km², estendendo-se por grande parte da costa do país. O bioma está presente em 15% do território nacional e distribuído em 17 estados.
A Mata Atlântica é um dos locais mais ricos em biodiversidade do mundo. Ela é berço de 20 mil espécies de vegetais (35% das espécies existentes no país). Para se ter uma ideia, esse número é superior a índices de continentes inteiros. Na América do Norte há 17 mil espécies de vegetais, já na Europa esse número cai para 12,5 mil. Esse bioma ainda contribui para o fornecimento de água para mais da metade da população brasileira e para a regulação do clima de algumas das maiores cidades do país.
Menos de 500 anos depois da carta de Padre Anchieta, muita coisa mudou e a Mata Atlântica perdeu espaço para grandes centros urbanos, indústrias e outras atividades exploratórias, como a pecuária. Apesar da grande importância econômica e ecológica, este é o bioma mais degradado do Brasil. Análises apontam que restam menos de 12,4% da floresta original, sendo que a maior parte desta área está fragmentada. O desmatamento da Mata Atlântica em 2018/2019 foi de 14.502 hectares, o equivalente a 14 mil campos de futebol.
Atualmente existem apenas duas grandes áreas continuas de vegetação nativa da Mata Atlântica. Elas estão localizadas na Serra do Mar, entre o Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro e na região de Foz do Iguaçu.
Essa fragmentação ameaça espécies importantes da biodiversidade nativa. Muitas espécies de aves, mamíferos, anfíbios, insetos, peixes, árvores e plantas só existem aqui. Este bioma é lar de mais de duas mil espécies de animais. No entanto, por conta do desmatamento e das atividades exploratórias, é também o local com o maior número de animais ameaçados de extinção. Um dos maiores exemplos é a onça-pintada. Restam cerca de 300 onças em todo o bioma. Caso a degradação prossiga, a Mata Atlântica pode se tornar o primeiro lugar do mundo a extinguir um animal que está no topo da cadeia alimentar. Isso acarretará em diversos problemas e severos prejuízos à biodiversidade.
Mesmo com leis, fiscalização, pressão popular e aumento da preocupação ambiental não conseguimos frear a degradação deste bioma. Para salvar a Mata Atlântica é necessário pensar em um desenvolvimento sustentável. Devemos buscar um estilo de vida melhor e estimular a conservação do planeta. Um bom começo é compreender a Lei da Mata Atlântica. Se queremos comemorar o dia 27 de maio por vários anos é preciso de ideias e atitudes que buscam a preservação de um dos habitats naturais mais incríveis do mundo. Sem as árvores e florestas dificilmente sobreviveríamos. Faça sua parte e colabore com a saúde do único planeta que temos.